Cairo - Egito - 2010
"Sei em quem tenho crido."
2 Timóteo 1:12
Jó é conhecido por sua paciência, entretanto prefiro
vê-lo como o homem que achava que sabia. Ele era rico e bem sucedido, mas
perdeu tudo, até a saúde. Quase todo o livro de Jó mostra um homem angustiado
dizendo constantemente que queria ter um encontro com Deus, para cobrar-lhe
explicações. Esse encontro aconteceu, mas foi Deus quem falou: “Quem é esse que
obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Após ouvir
algumas perguntas, o engasgado Jó diz: “Ponho a mão sobre a minha boca.” (Jó
40:4)
Embora sem ter nenhuma das suas perguntas respondida, a
experiência diante da grandeza de Deus levou Jó a um novo patamar: “Meus
ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram”.
A ânsia do saber tem movido a humanidade em direção ao
progresso, e uma das expressões que mais dificilmente usamos é: “Não sei”. No
entanto, poucas outras deveriam ser tão utilizadas. Afinal, não sei explicar
Deus, a criação, a obra de Deus em Jesus Cristo e a atuação do Espírito Santo.
Creio que Deus é triúno, mas não sei explicar. Por que algumas vezes ele age
mas em outras parece cruzar os braços? Na verdade nem ao menos sei do que sou
capaz, ou que me vem pela frente. Por outro lado, a palavra “saber” tem mais um
significado: o de experimentar o sabor. Por exemplo, saber chocolate é sentir o
sabor do chocolate (algo como “saborear”).
Talvez então possamos dizer que, se por um lado Jó
continuou sem o conhecimento intelectual (sem “saber”) das explicações a
respeito do agir de Deus, passou a “saber” Deus conhecendo como é
experimentá-lo. Em outras palavras, Jó agora não dependia mais do conhecimento teológico
sobre Deus, mas do que sabia por ter experimentado sua presença.
Feliz aquele que sabe (isto é, experimentou como é)
aquele em quem tem crido. Quem assim o sabe, não tem mais necessidade de explicá-lo.
Trecho do Livro Devocional “Pão Diário”
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