Foto cedida por Bruno Passaúra
Há opção? É mesmo “vende tudo para segui-LO” ou
tristemente, “abandona-O”?
Nos últimos dias em nossa igreja, nos defrontamos com acalorados debates entre amigos tidos e havidos sempre por unânimes. Inesperadamente nos vimos, agora, estranha e raramente tão radicais e extremados quanto nunca antes.
Quase todos chegamos à faixa etária dos 50 anos.
Temos buscado construir uma trajetória marcada pela lealdade ao Evangelho, tolerância com os divergentes, ajuda efetiva aos abatidos em combate e apoio mútuo nas crises.
Confrontando o modo e modelo de vida que legamos aos filhos com a radicalidade exigida dos discípulos de Cristo na Bíblia, fica claro que, Militantes ou não, a regra é que nossos filhos enxergam o Rei e o Reino.
Mas alguns deles romperam assustadoramente com nossas mais arraigadas tradições e cultuados padrões de santidade e bons costumes.
Eles se posicionam na vida, se vestem, falam, estudam, trabalham, divertem -se , cultuam e se relacionam entre si e com DEUS, de um modo que a nós da casa dos 50, parece transversal, oblíquo, incerto, duvidoso e as vezes até mesmo, absolutamente impróprio.
Lendo um comentário do invejável apostolo do século XX, Watchman Nee, registrado das falas do então jovem cristão chinês , deparei-me com uma possibilidade de compreender e uma tênue chance de esforço para aceitar sem graves conflitos teológicos, os "novos padrões de Fé e conduta" dos nossos filhos.
Avaliando a aparente decisão do jovem rico de "bons princípios" de NÃO vender tudo para seguir Jesus, Nee aponta o "retirar-se triste " como "O MAIS FATAL ERRO ESTRATÉGICO " que uma pessoa bem situada poderia vir a cometer.
Mas então ele apresenta uma hipótese. Aventa uma inusitada abordagem alternativa, nada ortodoxa, incomum, que dificilmente talvez pudéssemos aceitá-la, mas que certamente jamais seria por nós aplaudida.
Ele sugere que há sim uma outra possível resposta, diferente do simples abandonar e ao triste afastar-se de Jesus, registrado pelos evangelistas.
Parecendo conhecer profundamente bem o coração amoroso do Salvador-Homem, dirigindo-se aos contemporâneos, propõe um diálogo imaginário a partir do qual infere diferente destino ao jovem tão bem encaminhado por quem o educara.
Não resisto ao exercício de imaginarmos tal conversa:
Nos últimos dias em nossa igreja, nos defrontamos com acalorados debates entre amigos tidos e havidos sempre por unânimes. Inesperadamente nos vimos, agora, estranha e raramente tão radicais e extremados quanto nunca antes.
Quase todos chegamos à faixa etária dos 50 anos.
Temos buscado construir uma trajetória marcada pela lealdade ao Evangelho, tolerância com os divergentes, ajuda efetiva aos abatidos em combate e apoio mútuo nas crises.
Confrontando o modo e modelo de vida que legamos aos filhos com a radicalidade exigida dos discípulos de Cristo na Bíblia, fica claro que, Militantes ou não, a regra é que nossos filhos enxergam o Rei e o Reino.
Mas alguns deles romperam assustadoramente com nossas mais arraigadas tradições e cultuados padrões de santidade e bons costumes.
Eles se posicionam na vida, se vestem, falam, estudam, trabalham, divertem -se , cultuam e se relacionam entre si e com DEUS, de um modo que a nós da casa dos 50, parece transversal, oblíquo, incerto, duvidoso e as vezes até mesmo, absolutamente impróprio.
Lendo um comentário do invejável apostolo do século XX, Watchman Nee, registrado das falas do então jovem cristão chinês , deparei-me com uma possibilidade de compreender e uma tênue chance de esforço para aceitar sem graves conflitos teológicos, os "novos padrões de Fé e conduta" dos nossos filhos.
Avaliando a aparente decisão do jovem rico de "bons princípios" de NÃO vender tudo para seguir Jesus, Nee aponta o "retirar-se triste " como "O MAIS FATAL ERRO ESTRATÉGICO " que uma pessoa bem situada poderia vir a cometer.
Mas então ele apresenta uma hipótese. Aventa uma inusitada abordagem alternativa, nada ortodoxa, incomum, que dificilmente talvez pudéssemos aceitá-la, mas que certamente jamais seria por nós aplaudida.
Ele sugere que há sim uma outra possível resposta, diferente do simples abandonar e ao triste afastar-se de Jesus, registrado pelos evangelistas.
Parecendo conhecer profundamente bem o coração amoroso do Salvador-Homem, dirigindo-se aos contemporâneos, propõe um diálogo imaginário a partir do qual infere diferente destino ao jovem tão bem encaminhado por quem o educara.
Não resisto ao exercício de imaginarmos tal conversa:
- Mestre, não sou mais um adolescente contestador, revoltado e indignado com a sociedade, os pais, professores e autoridades.
Além de administrar bem minha fortuna, aprendi o valor de conhecer e obedecer às justas Leis de Deus, da moral, da ética e das tradições.
Por herança e também até por conta das oportunidades que ela me deu, elaborei um cuidadoso projeto de vida, supervisionado por meus mestres, focado em equilíbrio, bom senso e sabedoria.
Não estou em conflito existencial nem à procura de novidades emocionantes.
Acompanhando teus movimentos e Palavra, hoje reconheci e vi claramente que só o Senhor tem a Palavra da Vida Eterna.
Como tenho bem resolvidas as demais preocupações que atormentam outras pessoas, meu interesse nesta altura da vida é exatamente as questões que o Senhor aborda.
Mas não consigo encontrar incoerência entre tua ordem e meu estilo de vida.
Eu não te seguiria alegremente e de coração, se tivesse que quebrar meus hábitos de higiene, alimentação, aprimoramento intelectual e, sendo sincero, confortos da civilização aos quais minha fortuna dá livre acesso.
Tu não me aceitas como teu seguidor se eu preservar meus bens e cultura?
Consideras que eu trairia teus ideais se não me tornasse literalmente pobre?
Tua mensagem e tua missão excluem as pessoas que detém títulos ou propriedades?
O Reino do Céu então está fechado para os não pobres??
A tua fala é terminativa e eu nem mesmo vou merecer uma resposta Tua... e... e vais me dar o mesmo desprezo e condenação que percebo no olhar dos teus seguidores?
Antes que o falante jovem piedoso retomasse suas elaboradas argumentações, Jesus o interrompe com uma rajada de declarações divinas:
- Você veio me procurar e ninguém vem a Mim se Meu Pai não o trouxer.
E todo que vem a Mim de modo nenhum, em hipótese alguma, eu o lançarei fora, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor encontrará a Vida Eterna.
Tu me chamaste de Mestre e Senhor e realmente EU O SOU!
Então quando você me chamou de Mestre e reconheceu que Eu tenho a Palavra da Vida Eterna, para mim ficou claro que este conhecimento não é resultado da tua herança, educação ou religião, mas antes de tudo, foi o Meu Pai que está no Céu quem te revelou isto.
Desde o pai Abraão, a Salvação e a Vida Eterna procedem desta mesma natureza de crença que professastes.
Também quero te afirmar que ninguém pode sustentar nenhuma acusação contra os escolhidos de Deus, posto que Ele mesmo é quem os justifica!
Se tu consegues ter a mesma humildade da mulher que aceitou as migalhas que os cãezinhos recebem embaixo da mesa do dono da casa, então eu te asseguro que também podes me seguir na distância necessária para não perderes de vista teu verdadeiro tesouro.
Não te afastes de mim, vai ficando por perto...
Logo em teu coração e em tua alma descobrirás que é privilegio o simplesmente estares próximo de mim.
Ficar por perto será o suficiente para rapidamente te esqueceres destas tuas migalhas pessoais e que, neste momento, estão te parecendo tão valiosas, que podem até te afastar de mim.
Conhecendo a história de teus iguais, sei que quando te apaixonares pela Verdade, aprenderás a estar contente na fartura ou mesmo a padecer necessidades por amor de mim, sem dar a isto a importância que dás hoje.
Na verdade o que Eu requeri de ti é que me permitas ser o foco das tuas intenções e interesses. Que aceites que Eu mexa nos teus valores, prioridades e modo de enxergar tua própria vida.
Eu me comprometo a te mostrar os tesouros do céu e daí pra frente eu duvido que ainda consideres de algum valor, tuas erudições ou bens da Terra.
Não te entristeças para te retirar e desistir com a meta de perfeição e do desafio que te fiz!
Porque eu sei que não as tens hoje, mas algum dia, mais tarde, mesmo sem o perceberes, tu as terás alcançado.
Eu mesmo farei isto em teu coração! Eu mesmo te asseguro e te prometo!!
Se este devaneio intelectual (e emocional) puder significar alguma luz para compreensão das recentes condutas dos nossos filhos, então talvez, apenas TALVEZ, achemos uma ponte de diálogo com as próximas gerações que "expulsam demônios, mas cometem a heresia de não O seguirem conforme nossos padrões e moldes ou junto conosco”...
Texto de Ivar Braz
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